sexta-feira, 11 de abril de 2008

Presente de um fã-amigo. Resenha do álbum por Márcio Ribeiro

Nessa semana recebemos um presente de um grande fã e amigo da banda, Márcio Ribeiro, mais conhecido como Thor. Ele escreveu uma resenha sobre o nosso primeiro disco "Nuvens" e nos enviou! Com a autorização dele postamos aqui!! Confiram as belas palavras que nos trazem muita alegria!!
Thor, um obrigado das Nuvens!! todas elas!!



"quando minhas mãos tocam em você"

Por Márcio Pereira Ribeiro

Mas o que quer dizer este poema? - perguntou-me alarmada a boa senhora.
E o que quer dizer uma nuvem? - respondi triunfante.
Uma nuvem - disse ela - umas vezes quer dizer chuva, outras vezes bom tempo...

Mário Quintana

Se todas as esperas na vida fossem recompensadas com a beleza de um primeiro momento...

Aquela sensação de que uma pequena parcela de uma grande expectativa foi nos recompensada por uma verdadeira prova de que existem maneiras, sim, de se fazer arte de qualidade sem extrapolar o comprometimento do que, na verdade deveria ser a viés de qualquer artista: criatividade, bom gosto, inovação e sentimentalismo. E qual não me foi a surpresa, quando no meio de tantas informações que permeiam a Grande Rede, encontrei uma banda curitibana, que dentro de um parâmetro de muita qualidade sonora e de uma busca por inovação no que eu vinha escutando, descobri O Som das Nuvens e, como que num lampejo de espanto, dei por conta de que ali havia uma intenção muito interessante em se fazer arte, e por alguns meses pus-me a acompanhar às gravações bem à distância - como bom curitibano, com sangue mineiro, que sou.

Eis que me chega a notícia de que a obra de arte estava pronta, como quando na verdade, é sabido que estas são inacabáveis, e sim, como na concepção de todos os artistas: abandonadas para seguir o seu caminho. Chega um ponto em que se torna humanamente impossível continuar a esmerilhar, a trabalhar uma jóia – corre-se até o risco de estragá-la com tanto zelo (amor demais às vezes sufoca!).

Agora com o álbum branco (assim batizado por mim, numa referência ao White Álbum dos garotos de Liverpool – referência sonora pra mim, e pra ¾ do Ocidente) em mãos...Eis minhas impressões sobre a obra. Espero estar à altura de tal façanha. Façamos faixa a faixa, assim (quem sabe) o deleite seja-nos mais prazeroso... Hora de apertar o play e curtir o som, pois.

“despertar” faixa instrumental que abre o álbum, conta com sons percussivos de contrabaixo e percussão que remetem à dança de capoeira; há também melodias de guitarra e teclado formando um interessante contraponto.Na minha opinião, servirá de ótima faixa de abertura nas apresentações da banda. Serve ainda, de introdução para a música seguinte “os dois lados de dentro da mesma janela”, que num clima com progressões análogas à música feita no nordeste brasileiro trás pela primeira vez a voz doce e tranqüila de Raphael Moraes cantando versos ultra-românticos a algum ser lírico, que durante toda a obra será alvo de questionamentos e apresentar-se-a mais ao expectador.Preste atenção ao clima de descontração e alegria presentes no álbum, a começar aos 2min44 desta canção A próxima faixa “mudança de estação”, com cara de hit radiofônico trás um lindíssimo arranjo de violinos e novamente nas letras há uma evocação ao objeto lírico. São notáveis a linearidade das letras compostas por Raphael e o casamento perfeito com a harmonia da parte instrumental – ambas, como que numa simbiose perfeita, fazem-nos ter a sensação de que aqueles versos somente poderiam ser embalados por aquelas exatas melodias – isto não é fácil de se conseguir, pode acreditar. Estamos na terceira faixa e você deve estar se (me) perguntando sobre os riffs e solos de guitarra arrasadores, afinal trata-se de um disco de rock n´roll, certo? Quase certo. O que há aqui são nuances sonoros, permeados por lindíssimas melodias. A técnica serve estritamente às composições, e há notadamente um grande trabalho para que todas as faixas soem o mais bonitas e intensas possíveis! Duvido que a melodia do violino tocado por Íris knopfholz não grudou no seu ouvido; vai fundo! Pode assobiar - eu já fiz isso muitas vezes desde que a escutei...

Quarta faixa: “a redenção da bicicleta” abre com lindos versos: “quando minhas mãos tocam em você / é como tocar o céu, mas com os pés no chão”. Sonho de Ícaro? Não, isso é Nuvens, literalmente! “entre sonhos e poros “tem uma linda melodia de contrabaixo na introdução. E uma imensa tristeza nos seus versos. Preste atenção ao casamento químico entre bateria e contrabaixo, juntos formam uma nuance sonora muito interessante. Não posso esquecer de comentar as palmas no final desta canção, fazem tudo entrar num clima de descontração muito acalorada e quem já a ouviu ao vivo, sabe o que estou dizendo...”tom zen“ conta com lindos acordes de violão e condução no contrabaixo, somados a interessantes melodias vocais. O que dizer das melodias circenses de César Nova, um ar arlequinal presente aqui. Já imaginou uma versão acústica? Embalaria qualquer lual praiano. Interessantes trocadilhos verbais. Um tom intimista – tão zen! Sétima faixa, e eu aqui espantado pela originalidade de cada canção, com a escolha singular de timbres das guitarras e teclados:“ritos de passagem” tem o mais belíssimo refrão, daqueles que nos dão um novo ar de esperanças. Raphael Moraes aparece com belas melodias executadas com o auxílio de um ebow, algo meio como nos efeitos hendrixianos em Are you experienced. ”pedaços de boas lembranças” abre com efeitos muito envolventes de guitarra; experimente escutar esta faixa com fones de ouvido. Um contrabaixo fretlles dá o tom macio da melodia dos vocais. Novamente os trocadilhos verbais de muito bom gosto confundem nossos sentidos. Atente para o belíssimo solo de guitarra executado por Amandio Galvão: sutil e inspirado demais. ”vida de festim” é a canção mais rockeira do álbum. Novamente Raphael surpreende logo na introdução com uma levada à la Jimi Hendrix (seria uma raríssima Fender Jag-Stang aqui? ). Raphael arrasa com muita propriedade nos versos finais... Metáforas de extremo bom gosto! E que refrão! E que viradas de bateria no final desta faixa!

E por falar em percussão de qualidade: em “jovens tragédias” o Cajon de Marcus Pereira abre a segunda faixa rockeira do álbum. O que dizer da levada pesada conduzida por Raphael?! Ainda nesta faixa, ele e Amandio impressionam em um solo de muita técnica apurada, num duelo de perguntas e respostas! E fica-nos a sensação de que os versos trazem-nos à realidade urbana que nos devora com seu acinzentamento e desvalores, transformando-nos em seres melancólicos e muito idênticos em nossos viveres. Fique esperto pra não se perder em minhas divagações, vamos apurar-nos com as inversões poéticas dos versos e os slides perfeitos de Amandio em “palmas pro pecado”. Gostei muito do interlúdio antes do solo e dos backing vocals também. César Nova mostra a que veio e fecha a faixa com chave de ouro num solo inspiradíssimo. Em “vozes”, faixa em que Raphael relembra seus tempos como contrabaixista, César Nova aparece com outro solo bastante oportuno, passando o bastão para Raphael destilar um solo com bastantes inversões de intenção – lembrando os timbres de David Gilmour em seus discos solo. “cândido” fora composta em parceria com Eduardo Cirino da Poléxia, banda em que Raphael tocou contrabaixo durante um bom tempo. O que talvez tenha realmente feito com que esta faixa lembre bastante à sua antiga banda: guitarras mais nervosas, contrapontos de contrabaixo, melodias vocais com acentos mais prolongados nas sílabas finais. Letras mais econômicas (e de temática mais juvenil) no seu contexto. Em ”heróis” fica muito explicita a influência de música brasileira, algo como o Clube da Esquina e alguns discos de Milton Nascimento.Timbres muito bonitos de teclado. Uma linha de baixo bastante técnica. Um final nota dez. E ainda falta a mais instigante faixa, a que encerra: “perfume” - mudando o clima, com a voz rouca de Raphael, um clima flamenco, um ar de cabaré, baixo acústico, o piano tecnicamente perfeito de Fábio Cardoso... Perceba a beleza do refrão. A condução de bateria, os timbres dos acordes de violão, as notas longas no contrabaixo do versátil Marcos Nascimento. O formidável caos sonoro imposto pela banda aos 3min52. Deste ponto em diante, o que há é uma comunhão tão forte, um crescendo sonoro, que nos dá a impressão de que a apoteose se aproxima e eis que de todo o caos encerra-se num oportuno e mágico solo de guitarra executado por Raphael com o auxílio de um pedal de wha-wha, fechando o álbum com algumas distorções desconexas, mas nem por isso, menos interessantes.

O que impressiona, além da qualidade sonora, é a maturidade deste grupo, tanto por suas temáticas bastante universais, quanto da desenvoltura e criatividade na execução de suas canções. Que sem cair em barbarismos técnicos ou em temas pseudo-intelectuais envolve o expectador como que num mantra sônico de paz e amor.

Impressiona ainda o fato de este ser seu álbum de estréia, sem ter havido nenhum material previamente publicado.Acredito que a banda tenha deixado muito material de qualidade de fora deste. O que nos alegra, pois é possível vislumbrar um futuro longínquo e brilhante a estes tão criativos músicos!

Vida nova e inteligente ao rock nacional! Bem-vindos às Nuvens!





conheça mais sobre os textos de Márcio Ribeiro através do seu blog:
http://entrelinhasepontos.blogspot.com/

ouça o som das nuvens no www.myspace.com/osomdasnuvens
compre o disco nas lojas Fnac de todo o país ou pelo site www.fnac.com.br

Dia 25 de abril estaremos em SP na Fnac Paulista e 16 de maio no Teatro Guairinha!!
Aguardem!!
boas energias a todos



quarta-feira, 14 de novembro de 2007

Inexplicável


Depois de meses de trabalho árduo, nada melhor do que receber uma recompensa gratificante. Um grupo, que trabalha junto, cresce e aprende junto. Se esforça para alcançar um objetivo, e para chegar até ele, a cooperação e a sinergia das pessoas é essencial. E quanto maior ela é, mais gratificante é a recompensa que coroa o trabalho. No nosso caso, a coroação do trabalho dos últimos meses foi subir no palco do Era só, na noite da última segunda-feira, 12/11.
Tanto esforço feito em conjunto nos fez aprender, uns com os outros. Assim crescemos juntos, e conforme o tempo foi passando a sinergia, e porque não, a energia do grupo foi ficando cada vez maior. Ao entrarmos no palco, uma pontinha de nervosismo ainda era presente, afinal aquele era o show de estréia. Mas depois que começamos, a energia em cima do palco só cresceu.
Confesso que o que eu senti lá em cima foi algo nunca visto antes. Pelo menos para mim. A alegria e a felicidade de estar lá eram completamente inexplicáveis. Sabe quando não há palavras para descrever, e você fica meio sem fôlego? Para mim, só uma frase pode descrever a noite de ontem: “Inexplicavelmente inexplicável!”.

Por Marcus Pereira

Confiram algumas fotos do show, e aproveitem pra conhecer o trabalho do fotógrafo Elisandro Dalcin
http://www.sendpix.com/albums/07111305/9cpq2rzb1e/?p=1

sábado, 13 de outubro de 2007

Gravação de violino


imagens: luiz carlos geremias e raphael moraes edição: raphael moraes

Mesmo causando contraste com o vídeo anterior, nós músicos, resolvemos fazer mais uma produção tabajara e mostrar um pouco do que foi a gravação de violino nas músicas “Jovens tragédias” e “Mudança na estação”. Contando com o talento de Íris Knopfholz e o seu instrumento, que possui mais de um século de existência, pudemos embelezar e intensificar ainda mais o sentimento dessas canções.

As gravações estão chegando ao fim e prometemos para o começo do mês de novembro o lançamento de um single virtual, contendo duas músicas que fazem parte do repertório do disco que chegará às lojas em dezembro.

Para comemorar esse lançamento, dia 12 de novembro – segunda-feira – a Nuvens subirá ao palco do bar Era só o que faltava juntamente com os amigos do Charme Chulo.

Contamos com vocês!!

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

15 de agosto de 2007


imagens e edição: daniel chaves de carvalho

Na tarde de 15 de agosto, parte da banda invadiu o estúdio para acompanhar o primeiro dia de gravação da percussão. Nele, Marcus explorou o som da madeira de seu negro "CAJON" - ou "CARRON" -, instrumento percussivo de origem espanhola, em uma música que varia climas e intenções.

Já se pode perceber, também, lapsos da canção, através da voz de Raphael, que canta um pouco da angústia do cenário urbano que nos cerca, em versos como:

"Vejo quase nada, a cidade nos cegou / Já não enxergamos mais além do que os olhos da pele podem ver"

Além de relatar, como em uma auto-exposição, características de uma geração:

"A jovem guarda envelhece dançando um rock tipo inglês / E os jovens vestem o velho na lua que convém"

Passeando por riffes roqueiros de guitarra, temas de piano e detalhes de violão de 12 cordas, o vídeo nos leva à uma nova viagem, através de sensações únicas. Algo que só pôde chegar a todos nós através do olhar sensitivo de Daniel, nosso artista visual.

Boa curtição e muita paz para todos!

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Gravação teclado 17/08/2007


imagens: raphael moraes / edição: césar nova


Bom, eu, o ser misterioso chamado César Nova, que nunca aparece, finalmente dou as caras para mostrar a gravação de um solo na música "Palmas pro pecado, realizado na deliciosa bagunça do meu home-estudio. Os passarinhos até estavam cantando (preste atenção no áudio) e o Raphael mais uma vez demonstrou virtuosismo ao operar habilmente a câmera (hahaha). Não se assustem com a qualidade do vídeo, pois tudo foi feito pelos músicos, ou seja... Bom veja...


sexta-feira, 13 de julho de 2007

Expedição ao fundo do Homem Oco
















Em busca de inspiração, fonte de trabalho e boas energias, parte do Coletivo Nuvens fez uma pausa nas gravações e partiu em uma expedição relâmpago. Lá, em um dos poucos locais onde o externo é o extremo da beleza, que é passível de interiorização, e a terra e o céu se confundem por instantes, conceitos e detalhes foram melhor delineados para a formação e construção do disco que está por vir.

Adentre um pouco mais no clima da Nuvens, através da poesia nas imagens de Daniel Chaves, acessando o link DESARMADO.

Grande abraço e, mais do que nunca, boas energias para todos!

terça-feira, 26 de junho de 2007

21 de junho de 2007


imagens e edição: daniel chaves de carvalho

"O Chanceler da Solidão"

É o título da música em que Daniel Chaves se inspira para a gravação desse novo vídeo.
Em uma canção que fala sobre um tema aparentemente triste ou melancólico – a solidão –, a letra e o instrumental a conduzem para um universo completamente diferente.
O clima de diversão do vídeo deve-se muito ao guitarrista Amandio Galvão, que se deixou contagiar pela alegria da música, "passeando" entre bases e slides, por cima de uma levada dançante conduzida pelo baixo e pela bateria.

No final, uma amostra dos primeiros adesivos da banda!! Quem tiver interesse pode entrar em contato pelo e-mail contato.nuvens@gmail.com

Muita alegria pra vocês também!
  • agradecemos as lojas Drum Shop e Station Music que nos apoiam emprestando instrumentos para a gravação do disco!!! Atitude ímpar no mercado!!
  • acessem os sites www.stationmusic.com.br (3019-3000) e www.drumshop.com.br (3324-8000), vale a pena!
Grande abraço e ótimas energias para todos nós!!